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Wednesday, September 01, 2004

I got blisters on my fingers! 

O White Album é para muitos (eu incluído) o melhor álbum dos Beatles. É rock tocado numa cave húmida e cavernosa, é blues jogado e arrastado na lama. Enquanto que Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band é psicadélico demais e Revolver já tem demasiado vestígios da vertente, a que chamo obla-di-obla-dá, White Album é porco, feio e mau (que neste caso é um elogio).

Além disso, é um álbum recheado de histórias e das mais variadas perspectivas. Basta rodar o prisma, para a luz passar a incidir de uma maneira completamente diferente. Se na vertente musical é uma magnífica delícia aos ouvidos, numa vertente paranormal adquire um simbolismo assustador, dentro do panorama das mensagens subliminares.

Para os menos cépticos, White Album não é mais que um dos inúmeros passos dissimulados que John Lennon deu na sua tentativa de revelar ao Mundo que o verdadeiro Paul McCartney está morto - para quem não sabe, os teóricos da conspiração defendem que o verdadeiro 'Macca' faleceu de desastre de viação em plena década de 60 e que o estrondoso sucesso da banda levou-os a recrutar um sósia para actuar pela vez do baixista. Mas não é isto que agora interessa. O que interessa é que Revolution #9 é um aglomerado de experiências sonoras deveras misterioso, as várias frases ouvidas durante o álbum são estranhas e é certo que John diz mais que uma vez Paul is dead, seja de trás para a frente, seja de frente para trás.

E depois roda-se o prisma mais uma vez e White Album assume agora um carácter de objecto de culto pagão, onde Charles Manson e a sua Família desenvoleram uma adoração extrema, descodificando mensagens nas músicas dos Beatles, que só eles compreendiam. O que é certo, é que a interpretação de Manson, que se auto-intitulava o quinto Beatle e, consequentemente, o quinto cavaleiro do apocalipse, de Piggies resultaram no massacre de três pessoas, entre elas a esposa grávida do realizador Roman Polanski, tudo graças ao armagedão iminente entre brancos e negros, descrita em Helter Skelter.

Seja como for - seja ligado ao folclore de Manson, seja atrelado ao mundo das mensagens subliminares dos conspiradores, ou simplesmente seja ligado aos melómanos - uma coisa é certa: depois de se escutar Helter Skelter, ouvir Ringo gritar I got blisters on my fingers, durante o curto hiato que dura até à música seguinte, é simplesmente arrepiante!


[Banda Sonora - Yer Blues; White Album; 1968]

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