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Sunday, September 05, 2004

Será estranho gostar de Prince? 

Na escala cronológica evolutiva da música, existe já um marco eregido a Prince.

É certo que Prince é um músico ostracizado, principalmente desde os anos 90, tanto pelas suas presunções que o fizeram alterar o nome artístico várias vezes (The Artist Also Known As ou simplesmente The Artist), como pelo seu aspecto excêntrico. Também a sua música deixou de fazer algum sentido, depois dos anos 80.
No entanto, é sem dúvida uma das grandes influências da música electrónica, da música de dança, da música pop e, principalmente, do funk, que dificilmente é reconhecida publicamente.

Se James Brown é o avô do funk, Prince é sem dúvida, o pai do funk! Talvez seja um epíteto exagerado, mas o que é certo é que ninguém influênciou tanto o funk e os ritmos de dança electrónicos como ele, desde James Brown - nem mesmo Sly And The Family Stone (que também já tem o seu altar erguido na escala cronólogica da música).
Mas Prince não se fica por James Brown; vai beber a Jimi Hendrix, a Otis Redding, a John Coltrane e a um sem número de influências intemporais, criando um estilo próprio à volta da sua sex-love-politic music.

Os anos 80 foram uma década difícil, em relação à música. No entanto, apesar de ter lançado o primeiro álbum ainda em 1978 [For You], Prince tornou-se uma das referências da década, primeiro com um disco chamado Purple Rain, em 1984, e três anos depois com uma obra de arte dupla, de seu título Sign O' The Times.
Prince é um artista fantástico - e para isso basta relembrar a sua passagem pelo Estádio de Alvalade, em 1993, mostrando que é um dos maiores fenómenos musicais a actuar ao vivo - e um multifacetado instrumentista, já para não mencionar os seus dotes de dançarino. E se em Purple Rain era abordado um rock-soul electrónico influencionado pelo funk e pela música electrónica, em Sign O' The Times é abordado o funk, com influência do rock, do soul, do blues, do jazz e claro, da música electrónica.

Actualmente, Prince é alvo de todos os preconceitos. No entanto, não haverá quem nunca dançasse (delirasse, é talvez a melhor palavra) numa pista de dança ao som do Kiss.
Musicology, lançado este ano e que marca o seu regresso aos grandes contratos editoriais, depois de um longo hiato a criar álbuns menores, continua pelo topo das tabelas; no entanto, ninguém confessa que o comprou.
Há algum tempo, houve alguém que disse que só temos três certezas na vida: todos nascemos, todos morremos e que Prince vai lançar mais um álbum. Pois que o seja. E ainda bem!


[Banda Sonora - Musicology; Musicology; 2004]


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