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Thursday, December 23, 2004

Alguns dos melhores de 2004 por: 

dermot


mezzanine


Não se pode dizer que 2004 tenha sido um mau ano para a música, ou um ano de pouca inspiração musical. No entanto, o facto é que não houve um disco como Elephant em 2003, ou Songs For The Deaf há dois anos. A unânimidade geral parece reunir-se em torno de uns estreantes de nome Franz Ferdinand, com um álbum homónimo e parecem ter razão. Será que vão conseguir manter o nível ou vão enverdar por um caminho de vulgaridade, como os Strokes ou os Datsuns? O futuro o dirá...

Foi ainda um ano de regressos (alguém mencionou Loretta Lynn?). Morrisey, Björk, Nancy Sinatra, Marianne Faithfull e mais uma mão cheia de re-levantares da reforma. Nem todos com muito valor, mas muitos a safarem-se pela intenção.

Em Portugal assistiu-se a uma bela fornada de novos talentos. Alguns que não conseguem justificar os hypes (alguém mencionou os X-Wife ou os Loto?), outros que vieram confirmar predicados (alguém falou nos Wraygunn?). E muitos que vieram estrear-se e que valem a pena manter os olhos abertos (sim, o Gomo é um deles). Depois há uma bela fornada de ex-Tédio Boys que continuam a marcar presença (Bunnyranch, D3ö ou Parkisons) e uns já velhinhos Xutos & Pontapés e outros não tão velhinhos Clã, com assinaláveis regressos aos discos.

Ainda por falar em música portuguesa, há que referir um projecto, que só por si merece um parágrafo exclusivo - Humanos. António Variações é um nome marcante dentro da música nacional e deixou, em apenas dois álbuns num par de anos, um legado incontornável e deveras importante. Um vinco na música popular portuguesa, que ainda ninguém soube tirar dividendos. Se muitos gostam de falar do rock português, que afinal nunca existiu, deviam falar era do pop português, que se confundiria sempre com Variações.
No legado deste, ficaram ainda algumas gravações indistintas, que um grupo de notáveis fez o favor de não espoliar: David Fonseca, Manuela Azevedo e Camané, com principal destaque para este último.
Este projecto consegue fazer regressar António Variações do mundo das almas, encarnado nos seus corpos e vozes, numa mescla de música pop, dançável, orelhuda e marcante, com resquícios da música tradicional portuguesa (nem falta os cavaquinhos), mas sem descurar outros campos.
Um disco para recordar e sem dúvida, um dos melhores do ano.

E depois há ainda uma mão cheia de DVDs de valor, momentos altos, óbitos de lamentar (alguém mencionou John Peel?), acções menos dignas e concertos inesquecíveis (ouvi Pixies, Blues Explosion, Wraygunn ou Femi Kuti?)que, no entanto, não me apetece referir.
Enterre-se 2004, que vem aí 2005!

PS(1)- Soem as guitarras: foi confirmado para 2005 o Barreiro Rocks. Um regresso que se saúda depois do cancelamento da edição deste ano, rodeado de celeuma e atitudes pouco coerentes.
O maior festival de rock n' roll da Península Ibérica volta aos palcos.

PS(2)- Por fim, ainda a referir, que depois de algum interregno, este blog volta à sua actividade periódica mais regular.
Estamos de volta! (e reparem no 'estamos')




[Banda Sonora - Maria Albertina; Humanos; 2004]


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