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Sunday, February 13, 2005

Blues fotográficos 

Antevendo uma grande noite de música no Santiago Alquimista, com os Dead Combo (os portugueses) e os Bunnyranch, a FNAC do Chiado aproveitou para assinalar o lançamento oficial do livro de fotografias do The Legendary Tiger Man, In Cold Blood - A Sangue Frio.

In Cold Blood - A Sangue Frio é um objecto magnífico. Uma encadernação imponente a preto, com as lombadas a roxo, qual Medo de Al Berto ou mesmo qual Bíblia, que é mais do que um simples livro de fotografias: é um álbum de memórias de uma certa personagem musical, que ainda tem o bónus de conter um CD de remisturas.
Da conversa com os intervenientes, ficou-se a saber que este objecto, apenas por ser um livro com um CD incluído, conta com uma taxa a cobrar sobre o autor que não chega a um terço da que seria cobrada, se porventura, o objecto fosse um CD com um livro. A conclusão? Portugal é um país que descrimina as formas de arte, em que uns são filhos e outros enteados. A solução? São as bandas nacionais começarem a lançar os seus discos dentro de um livro em branco...
Voltando ao livro em si. Fotografado por Pedro Medeiros, In Cold Blood é uma compilação de quatro narrativas, com um imaginário muito peculiar, que tem como personagem central um certo lendário homem-tigre, em registos de fábula de imaginário musical. Como o próprio afirmou, são blues fotográficos. E imperdíveis.

A fotografia e a música são duas formas de arte bastante apelativas e interessantes (pelo menos na minha opinião), pela sua expressividade e pela introspecção pessoal que proporcionam. Quando ambas se fundem, o resultado é sempre bastante interessante. E se a forma de fusão é tão interessante e criativa como neste caso, o resultado é cativante, viciante e obrigatório. Pedro Medeiros consegue captar toda a essência daquelas fábulas demoníacas a tons de blues, seja pelo imaginário do rato Mickey e do Natal, seja pela escala grandiosa da mulher-toureiro a dar a estucada final no homem-touro/demónio, no centro de uma arena deserta, qual coliseu do Olimpo sob os olhos dos deuses.
Acoplado a este conjunto de postais coloridos, segue ainda um CD de remisturas do último álbum do Tigerman, Fuck Christmas I Got The Blues, entregue a mãos de gente tão díspar como os Bullet ou D-Mars. Um registo interessante no desconstrutivismo do blues por mãos electrónicas.


[Banda Sonora - Big Black Boat Dancin' Days Mescla para Discoteca; In Cold Blood...; 2004]

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